Azulejo persa realizado na técnica de reflexo metálico, apresenta como tema central uma inscrição cursiva nashki, em relevo e pintada a azul-cobalto, sobre fundo cobreado de enrolamentos vegetalistas e pequenos coelhos. Superiormente é delimitado por uma faixa de ramagens floridas e inferiormente por um estreito friso de motivos abstratos. Pequenos apontamentos de cor turquesa realçam determinados detalhes, como os coelhos, as flores e algumas folhas.
Esta técnica descoberta em Bagdad no séc. 9, é ainda utilizada no Egipto no séc. 10 e só mais tarde no séc. 12 é que surge na Síria, na Pérsia e na Península Ibérica. Esta criação tipicamente islâmica deu à faiança novos títulos de nobreza, já que a riqueza dos efeitos obtidos pelos tons metálicos dourados, alaranjados, esverdeados ou avermelhados, satisfaziam o gosto de requinte da nobreza.
Entre os finais do séc. 12 e inícios do séc. 13 surgem determinações de carácter religioso que proibiam aos fiéis islâmicos o uso de serviços de mesa em ouro e em prata, o reflexo metálico possibilitou a criação de uma loiça requintada e repleta de brilhos.
A técnica consistia em cozer a peça duas vezes, uma primeira cozedura num forno de alta temperatura para fixar o óxido de estanho, permitindo que a peça ficasse totalmente branca e brilhante. Logo depois a peça é pintada com uma mistura de óxidos metálicos (prata e cobre) sendo levada a cozer em fornos de baixa temperatura (redutores) não ventilados. Os elementos metálicos ficavam depositados no vidrado numa película finíssima e brilhante.
Azulejo
Cerâmica siliciosa, moldagem e reflexo metálico (lustre)
Caxã, Pérsia, 1256-1353
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