Esta manhã, com a turma do 4º ano do Externato Júlio Diniz, entramos nas "Cem partidas de Carnaval" !!!
Visita temática "Minerais, metais e outros que tais" com uma turma de alunos do 10º ano da Escola Jaime Moniz, no contexto da disciplina de Geografia.
Percorreu um trilho ao longo da manhã e sentou-se a comer entre as azáleas. Quando um dia voltasse a partir, talvez nada lhe fizesse tanta falta como as flores. As hortênsias e as árvores-de-fogo, as beladonas e as camélias, as magnólias e as olaias: encantava-o a cadência a que floriam naquela ilha — e depois ainda havia os hibiscos, os jarros e os mantos infinitos de erva azeda, sempre prontos a acorrer a algum sobressalto da meteorologia, para que nunca faltasse a cor.
Podia dizer-se o que se quisesse sobre as ilhas, menos que fossem claustrofóbicas. Não as ilhas onde houvesse flores.
Joel Neto, in 'Arquipélago' (excerto)
Local particularmente aprazível, o Jardim de Inverno, foi muito beneficiado por uma intervenção modernista que lhe introduziu portas Arte Nova. Dá acesso à escada que conduz ao Jardim sobre a Calçada, ligação que é denunciada pelo pavimento de calhau rolado e pelas paredes forradas a fajôco (cantaria vermelha), dois materiais tradicionalmente utilizados na Ilha no revestimento e calcetamento das zonas de transição para o exterior e jardins. A estufa ou jardim de inverno permitia que as plantas decorativas trouxessem a natureza para o coração da casa.
Esta tradição, de origem conventual, era seguida nos Conventos de Santa Clara, das Mercês e no Recolhimento do Bom Jesus, no Funchal. Está ligada ao episódio da infância de Jesus, nomeadamente ao seu desaparecimento e posterior encontro, por seus pais, no templo de Jerusalém, entre os doutores. No primeiro domingo a seguir ao Dia de Reis, a imagem do Menino era escondida, numa das celas das recolhidas no caso do Recolhimento do Bom Jesus, e, nos Conventos das Mercês e de Santa Clara, na casa de uma família distinta da cidade. A depositária do segredo da localização da imagem era a Madre Superiora. A descoberta do Menino tinha lugar 7 dias depois, no chamado “Domingo da Achada”. Quem acertasse no paradeiro do Menino tinha direito a um prémio, doces e iguarias diversas, oferecido pela casa que o acolhia. Originariamente o objetivo era a recolha de esmolas para o mosteiro.
Era uma honra ser escolhido para abrigar tão almejada imagem. A tal ponto que, corria o ano de 1810, coubera essa distinção ao condestável da Fortaleza de São Tiago, o qual, entusiasmado, mandara disparar a salva de tiros máxima em homenagem ao Menino que acolhia. Perante tal alarido levanta-se a cidade em pânico e alvoroço, acabando o fervoroso devoto por responder em conselho militar e, não obstante a absolvição face a tão entusiástica manifestação de fé, não se livrou de pagar os custos da pólvora despendida.
A última festa do Menino perdido, realizou-se no Convento de Santa Clara, em 1890, ano da morte da derradeira Madre Superiora Maria Amália do Patrocínio.