segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Recordando as "Cem partidas de Carnaval" de 2013 aqui em Casa!

 





Que tal um chá acompanhado de malassadas e sonhos???

A atividade CEM PARTIDAS DE CARNAVAL é uma visita temática que trabalha o tema do Carnaval a partir de peças do acervo do Museu sendo complementada com um ateliê de atividades lúdicas no âmbito das diferentes expressões.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Dia de Casa cheia!!!





Hoje foi dia de receber uma turma do 8º ano da Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Estreito de Câmara de Lobos.
 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Está tarde foi dia da palestra "A Madeira de Isabella de França" no nosso auditório.

 



No século 19, viagem e escrita tornam-se dois processos indissociáveis em permanente dialética. Na grande proliferação de livros de viagem, os escritores procuraram registar as impressões colhidas nos locais visitados, numa tentativa de ultrapassar a efemeridade da existência humana, legando para a posteridade, as emoções e deceções despertadas pelos locais visitados, num registo claramente subjetivo. A literatura de viagem, tendo como forma mais popular os diários, não sendo completamente uniformizada ou disciplinada, permitiu dar às mulheres viajantes uma voz que lhes era negada publicamente.

O diário de Isabella de França é o relato da sua viagem à Madeira e a Portugal, nos anos de 1853 e 1854. Contém a descrição de toda essa estadia, dos passeios pelas redondezas do Funchal e outros pontos da costa sul da Ilha. Isabella não chega a conhecer a vertente Norte e, no Continente português apenas passa por Lisboa e Sintra, mas o seu relato, muito vivo e alegre, repleto de curiosidades, pormenores sobre a história, as lendas, os usos e costumes locais, constitui um manancial único de informação sobre a vivência da época.

O documento original é um volumoso manuscrito encadernado, constituído por 342 páginas de papel de linho azul, repletas de uma letra regular, levemente inclinada à direita, delineada a tinta castanha, sem rasuras ou acrescentos de qualquer espécie. Não tem título, nem sequer se encontra dividido em capítulos, apresentando apenas as páginas numeradas no canto superior. O texto é complementado com um conjunto de 24 aguarelas – sendo uma de maior formato, em duas páginas – pintadas sobre papel, por sua vez colado em cartão e, à exceção de uma, todas se encontram identificadas com título e a indicação da página do texto a que respeitam. Naturalmente o diário foi compilado, revisto e as pinturas concluídas, após o regresso de Isabella a Londres. A autora parece ter tido intenção de o publicar por incluir a referência “aos meus leitores”, pelo facto de o ter passado a limpo e ter feito paginação das aguarelas, relacionando-as com o texto.

O conjunto foi adquirido pelo Dr. Frederico de Freitas em Londres, entre os anos de 1937 e 1938. Os trabalhos para a publicação, iniciados em 1940, culminaram, em 1970, com a edição, portuguesa e inglesa, do Jornal de uma Visita à Madeira e a Portugal (1853-1854), com introdução de João Cabral do Nascimento (também responsável pela tradução) e João Miguel dos Santos Simões (autor das notas complementares ao texto). Em 1978 o Dr. Frederico de Freitas legou as suas coleções à Região Autónoma da Madeira, o que naturalmente englobou o precioso conjunto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022


 Chávena e pires 

Porcelana decorada a 

azul, vermelho-ferro e ouro 

China, dinastia Qing, reinado Qianlong (1736-1795), c. 1790


Chávena e pires de chá em porcelana branca pintada a azul sob vidrado e esmalte vermelho-ferro e ouro sobre vidrado. Chávena de paredes arredondadas, asa em “C” com pequena saliência no topo para apoio do polegar e pires de formato circular e covo. Ambos apresentam idêntica decoração, marcada por barra larga, circundando as bordas entre filetes azuis, com motivo encanastrado dourado servindo de fundo aos raminhos de flores variadas, azuis. A barra é rematada inferiormente por um alinhamento de motivos em “C”, dourados, entremeado de pontilhados azuis. A orla no interior da chávena e a caldeira do pires apresentam a mesma cercadura composta por filete vermelho-ferro entrelaçado com meandro de folhas azuis e douradas, alternadas e pontilhados também a dourado. Um singelo ramo florido azul, contornado a dourado, ocupa o centro do pires e a parede exterior da chávena, frente à asa. Estas duas peças integram um serviço de chá, de que restam 11 chávenas, 13 pires e duas taças, de dimensões ligeiramente inferiores às das chávenas.

Os serviços de chá tornam-se populares a partir do final do século 17, quando esta bebida, de início consumida apenas para fins medicinais, passa a ser apreciada e se populariza na Europa. Os portugueses serão os primeiros a conhecer o chá, no século 16, mas o seu comércio para o Ocidente foi empreendido pelos holandeses, cuja primeira remessa remonta a 1606 e que a partir de 1637 começa a ser transportando com regularidade. Centrado em Amsterdão o mercado do chá, rapidamente se difunde pela França, Alemanha e a Inglaterra, onde na segunda metade do século 17 era servido nas “coffee-houses”, em salas à parte destinadas às senhoras. De 1730 a 1760 decorre o período áureo deste comércio, na altura dominado pelos ingleses e, naturalmente, aumenta também a procura e encomenda dos serviços de chá em porcelana para servir e degustar a bebida.  

A porcelana revela-se o material mais adequado para o consumo das novas bebidas quentes, como o chá, o café e o chocolate, pelas suas propriedades de má condução do calor, porque não interfere com o sabor do conteúdo, é de fácil limpeza e, ainda, pela sua beleza e brilho convive bem com as baixelas de prata. Conjuntos em porcelana chegam mesmo a substituir baixelas, mandadas fundir por alguns monarcas europeus em tempos de guerra. A adoção de serviços de porcelana pelas casas reais, leva à generalização do seu uso pela nobreza e burguesia endinheirada e na encomenda dos grandes serviços de mesa, surgem integrados os conjuntos para chá, café e chocolate, se bem que estes também podiam ser encomendados em separado. Um serviço de chá compreendia normalmente o bule, o frasco de chá, a leiteira, o açucareiro com tampa, a taça para resíduos, pequenas travessas para o bule e para a colher, as chávenas de chá e respetivos pires e muitas vezes chávenas de café, mas neste caso, era habitual um só lote de pires servir para os dois tipos de chávenas. 

Inicialmente as taças de chá exportadas para a Europa eram idênticas às usadas na China e serviam para diferentes bebidas quentes, nomeadamente para o café. Depois, aos poucos, as formas vão-se diferenciando, adaptando-se às diferentes características de cada bebida. Assim tal como na China e no Japão, de início essas taças não tinham pires associados, a produção de chávenas com pires associados generalizou-se, apenas na porcelana destinada à exportação e por influência turca ou islâmica. Entre 1660 e 1663, os pires constavam apenas esporadicamente e avulsos nas listas de carregamentos de porcelana japonesa com destino à Holanda, mas a partir de 1680 passam a surgir regularmente associados a chávenas a condizer. Não é certo quando as taças de chá passaram a ser substituídas por chávenas com asa, elas começam a ser comuns nos fornecimentos chineses do século 18, muito embora ambas as tipologias tenham coexistido durante algum tempo. Também é notório o aumento gradual do tamanho das chávenas, resultante provavelmente do hábito europeu de adicionar água ou leite ao chá. 


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Aqui por Casa ...

Este grande Salão era, no tempo dos Condes da Calçada, a antiga sala de baile. O Dr. Frederico de Freitas transforma este espaço numa zona formal, reservada às suas peças mais marcantes. No tocante ao mobiliário são de realçar os três contadores italianos, o elegante par de mesas de encostar, trabalho português do século 18, a série de cadeiras inglesas dos séculos 17 ao 19 e o importante piano de cauda fabricado por Muzio Clementi, nos inícios do século 19. Reúne-se aqui a pintura religiosa de maior porte, das escolas italiana, flamenga e inglesa, dos séculos 15 ao 19. No âmbito da escultura, destaca-se a representação das Santas Mães, de oficina flamenga, do século 16. As outras duas imagens religiosas são portuguesas, do século 18. Nas vitrinas exemplares japoneses do século 19 e peças Arte Nova e Arte Déco atestam um gosto mais heterogéneo do colecionador.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Aom almoço!!

 1 de fevereiro | Ano Novo Chinês - Ano do Tigre



Serviço de jantar (brasão dos Magalhães de Barros e Lançós). Porcelana. China, séc. 19.