E continuamos com as "Cem partidas de Carnaval" com a turma do 2º ano do Externato Júlio Dinis. Os castiçais de parede de Veneza, que se encontram no Salão foram a inspiração para os adereços de hoje.
Pormenor de: [Cupido]
Gravura de Francesco Bartolozzi.
(Florença, 1728 - Lisboa, 1815).
Água-forte e buril.
Inglaterra, Londres, ca. 1767.
Um dos livros tem a particularidade de ter sido ilustrado e escrito por duas irmãs que estiveram na ilha da Madeira no início do século 20. Trata-se de um exemplar da 1ª edição de “The Flowers and Gardens of Madeira”, de Ella e Florence Du Cane, publicado em Inglaterra pela editora Adam & Charles Black, em 1909.
Ella du Cane (1874-1943), artista inglesa de ascendência aristocrática, tornou-se conhecida pelas suas belas aguarelas de exteriores, apontamentos pitorescos, nomeadamente de jardins e de recantos floridos da Grã-Bretanha, da Europa e de outros destinos exóticos de todo o Mundo. Instruída, independente e aventureira Ella, juntamente com a sua irmã, a escritora Florence, são o reflexo do ideal feminino da viragem do século. Viajantes incansáveis, as duas irmãs complementam-se deixando-nos preciosos testemunhos, através da escrita e da ilustração, reunidos em livros, edições muito cuidadas e apreciadas, como “The Italian Lakes” (1905), “The Flowers and Gardens of Japan” (1908), “The Canary Islands” (1911), “The Banks of the Nile” (1913).
As pinturas de Ella Du Cane tiveram grande aceitação por parte do público, beneficiando do facto de, em Inglaterra nos finais do século 19 e início do 20, as aguarelas terem um estatuto a par da pintura a óleo e, portanto, serem muito usadas em livros e postais tão ao gosto do Romantismo.
Particularmente interessante o livro de viagem “The Flowers and Gardens of Madeira” ilustra através de um conjunto de 24 aguarelas e descreve nas suas 150 páginas a exuberância das flores, plantas, arbustos e árvores que pincelam de cor e perfume os jardins e as quintas, bem como, as ruas e toda a paisagem da ilha.
Florence cita Thomas Edward Bowdich, Alfred Lyall, James Yate Johnson e outros autores, refere-se a “The Discovery of Madeira”, escrito em 1750, menciona o dragoeiro, debate a origem de algumas plantas, discute a estética dos jardins e fornece várias sugestões práticas de jardinagem. O livro também contém uma descrição histórica, com as habituais lendas e outros costumeiros factos.